quarta-feira, 16 de março de 2011

Março e suas histórias

Acho que já tinha esquecido do ar de Março, lá onde nasci. É cinza, seco, quente, parado; ao mesmo tempo, prenuncia chuva. Sempre um toque de sol, mesmo que mínimo. Andando pelo centro, sinto uma prazer imenso ao pensar que aquele ar combina tanto com minha cidade, ou ex-cidade, como se fosse só dela. Sinto falta daquilo.

Ao mesmo tempo, lembro que sempre odiei aquele clima estranho. Lembrava-me sempre de terça feira à tarde, assistindo algum filme ruim na televisão, ambientado em Nova York. Odiava a perspectiva desse tédio, dessa imobilidade.

Hoje, sinto falta dela e tenho prazer naquele cinza estranho, meio desértico. Aquele clima estranho à mim mesmo, aquela solidão tão compartilhada. Certa paralisia dos movimentos. Lá tudo soa certa indefinição, suspensão, como se sempre estivesse a se cumprir. Promessa. Diria redenção.

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