quinta-feira, 26 de maio de 2011

Quarta-Feira de Cinzas

"And pray to God to have mercy upon us
And pray that I may forget
These matters that with myself I too much discuss
Too much explain
Because I do not hope to turn again
Let these words answer
For what is done, not to be done again
May the judgement not be too heavy upon us

Because these wings are no longer wings to fly
But merely vans to beat the air
The air which is now thoroughly small and dry
Smaller and dryer than the will
Teach us to care and not to care
Teach us to sit still."

T.S Eliot- Ash Wednesday

sábado, 21 de maio de 2011

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Hotel #1

Éramos esses dois distantes,
Dois unidos por uma liturgia alheia.
Faz tempo, eu sei.
Suas poucas palavras,
Os indecifráveis sumiços.
Nossos encontros casuais,
Seu sorriso desinteressado;
Ali já lhe faltava algo,
Você nunca lidou bem com a margem.
Você sempre esteve na margem...
Eu a conheço muito bem, se quer saber.
Conheço as suas lágrimas, eu sei dos seus pesadelos.
Eu os vivi, todos.
Fui forte na sua fraqueza
E ainda sou fraco nas suas pretensões.
A conheço como um músico conhece sua composição.
Seu retrato, o sol de julho,
Sua ausência, uma gangorra em outubro.
Faz tempo, eu sei.
Seu silêncio fez palavras,
Minhas.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ah, Senhor dos miseráveis #1

Ah, Senhor dos miseráveis.
Estamos perdidos,
Nós, que escolhemos os Teus mistérios,
Perscrutar as Tuas palavras.
Na madrugada procurávamos escavar os Teus tesouros,
Pela alva éramos a encarnação da Tua verdade;
Éramos como ovelhas no matadouro,
Entregues à sorte dos homens, todos os dias.
Nós, escolhidos para resistir ao rei,
Escolhemos a cova dos leões.
Ó Senhor, aonde estão os Teus anjos?
Ainda que eles não venham,
Concede-nos uma última canção do nosso povo.
Ó Senhor, não nos leve
Sem que tenhamos um vislumbre
Do Teu monte,
Pela última... e derradeira vez.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

You, my love #3

Senta ao meu lado,
Comunga comigo os teus mistérios.
Compartilha comigo o que é teu,
E seremos um só calar, um só verso.

You, my love #2

Volta, pois já te perco
Nessas linhas;
Vem, pois as imagens tem seu rosto,
Minha memória logo te quer.
Essas ruas não fazem sentido
Sem a tua história
E a tua presença me faz amá-las,
Todas apontam para ti.

You, my love #1

Já vem o tempo da memória.
Logo serás o acorde final da peça,
Cada nota tua será eco.
Irei te escutar diminuta pela rua
Ao andar distraído,
E atento ouvirei o que tens a dizer.
Estarás dispersa
(...)
Por onde eu passar.